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Design Especulativo Participativo na Saúde

Diferentes perspectivas para a inovação em saúde

As instituições de saúde são prestadoras dos serviços que impactam diretamente a qualidade de vida das pessoas. Por esse motivo, são constantes as pesquisas voltadas para esse segmento, principalmente no campo digital, o que tem levado os serviços de saúde a passar por um processo de digitalização.

O fato de o foco da transformação digital estar muitas vezes voltado para a economia, para as necessidades da força de trabalho e para as opiniões de especialistas (como médicos e pesquisadores) faz com que, muitas vezes, a voz do paciente seja esquecida.

O Design Especulativo pode contribuir para o Design de Serviço na área da saúde, engajando os diferentes stakeholders para visualizar a experiência por meio de narrativas co-criadas (Lupton, 2017).

Design Especulativo Participativo no contexto da saúde

Design Especulativo refere-se a uma prática de criação de objetos (chamados de “design ficcions”) inspirados em cenários futuros. O objetivo é questionar as coisas a que estamos acostumados por meio de perguntas provocativas, que nos ajudam a refletir sobre as possíveis implicações da tecnologia.

Quando as práticas participativas são aplicadas ao lado do Design Especulativo, a colaboração com potenciais usuários nos permite apreender perspectivas mais variadas. Chamaremos essa abordagem de “Design Especulativo Participativo”.

No contexto dos serviços de saúde o Design Especulativo Participativo pode ser utilizado como ferramenta para a transformação digital na saúde, ao vislumbrar preocupações derivadas da evolução tecnológica.

Um estudo de caso realizado por Tsekleves et al. 2017 explorou uma pergunta ousada: e se houvesse um serviço de auto-eutanásia? O protótipo era um produto vestível que abrigava um veneno mortal. Isso suscitou um debate sobre requisitos e ampliou a perspectiva do participante em relação à sua própria saúde, à ética e às políticas.

Uma visão holística para a transformação digital na área da saúde

O futuro da transformação digital da saúde é difícil. Ele deve considerar necessidades, medos, preocupações, expectativas e desejos de diferentes atores afetados como pesquisadores, médicos, profissionais de saúde, instituições e pacientes.

Avanços em dispositivos de monitoramento de saúde, por exemplo, podem ajudar o paciente a monitorar a saúde primária em sua própria casa, em vez de hospitais. No entanto, preocupações éticas sobre dados, acesso à tecnologia e falhas de sistema continuam sendo questões complexas.

A representação do Design Especulativo Participativo de cenários baseados em histórias por meio de serviços fictícios ajuda a visualizar essas questões e preocupações complexas (Harwood et al., 2020). Trazer mais gente para as discussões permite que pacientes e profissionais de saúde se relacionem com as transformações digitais e discutam os limites da tecnologia.

O potencial para transformar os cuidados médicos como os conhecemos

A integração da tecnologia em organizações de saúde levanta questões sobre preocupações éticas, custo-benefício e desigualdade de distribuição. Assim, a combinação do Design Especulativo Participativo e Design de Serviço pode ser útil para vislumbrar conceitos e dilemas em torno da transformação digital na área da saúde.

Afinal, ao colocar profissionais da área da saúde, instituições e pacientes no mesmo patamar, promove-se uma troca que pode identificar lacunas de vários ângulos dentro do sistema. Essa abordagem combinada tem o potencial de desafiar o que conhecemos hoje como assistência médica.

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