Para que a inovação aconteça de forma contínua dentro das empresas, é necessário uma mudança de cultura realizada a partir da presença de pessoas engajadas e comprometidas no mapeamento de oportunidades de evolução, são os chamados “embaixadores” da inovação”.
Quando decidiu criar uma cultura de inovação, o Itaú nos convidou para dar início a esse processo. O trabalho incluiu projetar novos serviços, metodologias e ferramentas que dariam sustentação a esse momento da companhia. Por ser uma iniciativa focada em cultura e, portanto, que mexe com estruturas e hábitos, foi fundamental trazer para esse movimento pessoas-chave que endossassem a empreitada.
Por isso, ao longo de nosso trabalho, capacitamos 150 executivos em Inovação, Design Thinking e Design de Serviço. O objetivo foi estabelecer representantes da Inovação dentro da organização, os embaixadores da inovação, cujas principais responsabilidades seriam disseminar a inovação internamente, identificar oportunidades e saber como conectá-las à estratégia da empresa.
Esse projeto demonstrou que a abordagem do Design amplia a capacidade de inovar da organização, criando impactos significativos de diferenciação e relevância no curto, médio e longo prazo.
O exemplo do Itaú mostra a importância de as empresas contarem com profissionais que endossem uma guinada na forma de pensar – e de agir – das pessoas, assumindo o papel de catalisadores da mudança e preparando o terreno para que floresça, com o tempo, uma cultura na qual a inovação permeie ações e tomadas de decisão.
Alguns anos depois, em 2017, a Roche procurou a Livework para desenhar um programa que pudesse ensinar Design e Inovação a diversos públicos internos – o “Programa Inovamentes”. Os desafios principais foram engajar e capacitar um público diversificado, distribuído por todo o Brasil e sem conhecimento prévio sobre Design.
Para isso, foi necessário mergulhar a fundo na realidade dessas pessoas, para desenhar o programa, contemplando a plataforma que o sustentaria, os conteúdos a serem abordados, o formato de sua transmissão, a identidade visual, a jornada de comunicação e o plano para engajamento dos participantes, considerando que seria uma capacitação 100% remota.
Essa imersão foi essencial para construir um programa em inovação condizente com o contexto da Roche e de seus colaboradores, sensibilizando mais participantes a se tornarem embaixadores da inovação.
Mas o que fazem os embaixadores da inovação?
Na prática, esses “embaixadores” da inovação passam a ter a missão de propagar alguns preceitos sem os quais a inovação não acontece. Além de demonstrar as intenções da empresa com essa nova cultura, evidenciando exemplos, e apresentando potenciais ganhos, esses profissionais precisam recorrer a rituais de compartilhamento de conhecimento e garantir certa “segurança psicológica”, que entende o erro como parte do processo, permitindo, assim, que as ideias fluam sem medo de represálias.
O embaixador pode estar em qualquer lugar da estrutura
Engana-se quem pensa que um embaixador precisa ser, necessariamente, um ocupante dos postos mais altos da estrutura corporativa. A inovação pode – e deve – acontecer em toda a companhia e, para tanto, é importante que haja representantes dos mais diferentes níveis hierárquicos.
É importante, no entanto, que o profissional que se imagine embaixador tenha clareza de seus papéis, de suas responsabilidades e, sobretudo, de seu escopo de atuação. Ter essa percepção ajuda a entender a alçada que suas proposições de inovação podem atingir e, em certos casos, saber quais patrocinadores internos precisam se envolver para que os projetos ganhem força para sair do papel, evitando, assim, frustrações.
Além dessa noção de escopo mais bem desenhada, alguns atributos se fazem necessários para um embaixador. E eles podem ser divididos em duas frentes: a técnica exige conhecimentos sobre áreas como Inovação, Design de Serviço, Centralidade no Cliente, para que o profissional saiba como conduzir os processos fazendo uso de ferramentas e métodos mais adequados. E a frente comportamental, que representa uma série de qualificadores como comunicação, negociação, relacionamento pessoal, articulação, além de persistência e resiliência, que ajudará o embaixador a arar o terreno e semear a inovação.
Começar pequeno para provar valor
Se esse processo de autoanálise se faz necessário, ele deve ser acompanhado de uma avaliação do cenário e do contexto. Identificar a situação da organização onde se está inserido, analisando o nível de maturidade da empresa no que diz respeito à inovação é um passo fundamental. Independente do estágio em que a companhia se encontra, a maneira mais eficiente de persuadir pessoas é mostrando resultados. E a forma mais indicada para mostrar resultados é colocando a mão na massa.
Por isso, começar com iniciativas pequenas e pontuais torna-se um caminho recomendado, na medida em que exige pouco investimento de recursos e, geralmente, evidencia os resultados mais rapidamente, criando um ciclo virtuoso cujo principal efeito positivo é o fortalecimento dessa cultura direcionada à inovação.
Por fim, mapear possíveis aliados (apostando na multidisciplinaridade), angariar novos embaixadores, deixar transparente a conexão da iniciativa com a estratégia da empresa (independente da alçada que ela poderá atingir) e estar atento a movimentos externos que endossem suas ideias são maneiras de não tensionar o processo, tornando- o mais saudável. E prazeroso.
Foi justamente pensando nesse conjunto de atributos que a Livework Academy, nosso braço de Educação, construiu cursos que ajudam os profissionais a explorarem esses lugares, sejam técnicos ou comportamentais, para enfrentar os desafios da vida real. Para saber mais, entre em contato conosco.