Livework newsletter
Inscreva-se na nossa Newsletter e fique por dentro de tudo ;)

ESG e o design como um potencializador

1. Adotar a visão do cliente para eliminar tudo que não seja necessário

Principais categorias impactadas: Emissão e Uso de Recursos

Um dos pontos centrais da abordagem do Design é a empatia, que promove a busca constante por compreender o ponto de vista de quem será beneficiado por uma solução. Para fazer isso, nossas equipes pesquisam a fundo a realidade das pessoas por meio de conversas, observações e outras técnicas etnográficas, identificando o que valorizam e como é a sua experiência atual.

Fazendo isso, conseguimos ter uma noção muito clara do que gera valor para suas jornadas e do que é esforço operacional desnecessário (desperdício), possibilitando a criação de soluções mais resolutivas e simples. Ao estruturar serviços para entregar aos clientes apenas aquilo que eles precisam e valorizam trazendo uma visão integrada e alinhada por toda a estrutura do que deve ser feito, somos capazes de tornar organizações muito mais eficientes do ponto de vista operacional.

2. Ter uma visão clara de jornadas permite encontrar modelos circulares

Principais categorias impactadas:Inovação, Uso de Recursos, Responsabilidade do Produto

O conceito de economia circular apresenta uma alternativa ao modelo linear que impera principalmente nas indústrias manufatureiras, nas quais a extração de recursos naturais, assim como o descarte dos bens, por exemplo, são excluídos da equação que analisa o desempenho de uma operação. A ideia é encontrar maneiras de replicar o que acontece na natureza, onde tudo que morre é reaproveitado e ajuda a gerar novas vidas, em um ciclo contínuo.

Quando concebemos uma visão de jornada para compreender o passo a passo que diferentes atores, mas principalmente clientes, passam do começo ao fim de suas experiências de uso de um bem ou serviço, somos obrigados a nos perguntar de onde vem e o que acontece com cada objeto com o qual ele interage.

Essa visualização clara dos processos e dos diferentes elementos que devem tomar vida para que uma experiência seja possível nos dá a oportunidade de buscar soluções para torná-la a melhor possível e, sob o viés da sustentabilidade e ESG, mais positiva para a sociedade e o meio ambiente.

3. Usar o pensamento de Serviço para sugerir modelos de negócio mais sustentáveis

Principais categorias impactadas: Inovação, Emissão, Uso de Recursos, Responsabilidade de Produto

Quando trazemos o pensamento orientado a serviços para os nossos clientes, mudamos a discussão de lugar. De conversas sobre o que as soluções fazem atualmente, passamos a discutir sobre o problema que resolvem e o valor que geram para as pessoas. Assim, abrimos novas perspectivas para atender a desejos ou a necessidades de formas mais interessantes e assertivas, tanto para clientes quanto para a organização.

De maneira bastante simplista, um serviço é o que uma parte oferece a outra para ajudá-la a realizar uma tarefa. Nesse sentido, uma cadeira pode tomar vida por meio de vários serviços diferentes: para sentar, para apoiar objetos ao lado de um sofá ou para alcançar lugares mais altos. Da mesma forma, você pode ter uma cadeira em casa, alugar uma especial com um objetivo específico ou até compartilhar com outras pessoas em um determinado contexto. Quando focamos em entender aquilo de que as pessoas precisam e não necessariamente no que fazemos, passamos a ocupar um lugar que nos permite questionar modelos de negócio existentes.

Como indústria automobilística, por exemplo, estou vendendo automóveis ou a possibilidade de as pessoas se deslocarem de um ponto A a B com conforto e segurança? E se possibilitarmos a mesma atividade mas, em vez de vendendo carros, disponibilizando uma frota de carros autônomos?

É neste aspecto que entra a transição para modelos mais sustentáveis, pois quando, por meio de um serviço, damos às pessoas acesso a um determinado bem, em vez da posse, reduzimos a utilização de recursos. Um carro, como no exemplo acima, é produzido uma única vez mas gera (e captura) valor por muitas mais vezes durante a sua vida útil.

4. Conceder visão sistêmica para que a organização explore novas oportunidades

Principais categorias impactadas: Inovação, Emissão, Uso de Recursos, Responsabilidade de Produto

O arquiteto finlandês Eliel Saarinen recomendava há muito tempo: “Sempre projete algo considerando-o em seu próximo contexto maior – uma cadeira em um quarto, um quarto em uma casa, a casa em um ambiente, um ambiente em um plano de cidade.” Quando a Livework abriu as portas, há mais de duas décadas, uma das ferramentas que propusemos para projetar serviços era a visualização de sua ecologia de serviço. O que se procura descobrir com esta ferramenta são todos os elementos pertencentes a um determinado sistema, assim como as suas possíveis conexões.

Para dar um exemplo rápido: quando fazemos um projeto para um banco, procuramos entender o sistema financeiro e a relação mais ampla das pessoas com dinheiro. Ao fazer isso, não ficamos analisando apenas transações diretas que acontecem ao longo do serviço (como transferências e empréstimos), o que possibilita a identificação de situações muitas vezes não atendidas (ou sub-atendidas) que podemos influenciar (como empréstimos entre pessoas, divisões de contas em restaurantes etc.). E isso, em muitos casos, apresenta boas oportunidades de negócio que costumam ser difíceis de enxergar.

Ideias que são sustentáveis e boas para as organizações do ponto de vista econômico possuem exatamente essa característica de parecerem escondidas Todavia, a dificuldade para serem enxergadas, não significa que sejam inexistentes. O Design apresenta um método que coloca luz em pontos pouco observados, por potencializar a visão sistêmica, permitindo que organizações se diferenciem com soluções não óbvias e sustentáveis para uma agenda ESG.

5. Melhorar a experiência do colaborador para criar sentido e conexão

Principais categorias impactadas: Força de trabalho, Comunidade, Direitos humanos e Gestão

“Colaboradores são clientes que pagam as organizações com o seu tempo de vida”. Ouvimos essa frase na Zappos, e-commerce norte-americano e uma das organizações mais reverenciadas em cultura de serviço do mundo. Há mais de uma década ela segue nos inspirando a não apenas fazermos projetos para melhorar a experiência dos clientes, mas também daqueles que fazem a coisa acontecer: os colaboradores.

O processo para projetar melhores experiências para colaboradores possui a mesma base de quando projetamos serviços para clientes: começamos por entender a organização, seus colaboradores e seu contexto mais amplo, assim como as boas práticas associadas ao trabalho (referências estas que já possuímos mas estamos sempre ampliando, a cada projeto).

A partir daí, compreendendo que existem diferentes perfis de profissionais (para além de cargos), pensamos em estruturas e processos que impactem positivamente a jornada de colaboradores, do momento que se candidatam a uma vaga –passando pelo processo seletivo e pela entrada na empresa – à evolução e à eventual saída que pode acontecer por diversos motivos. Conectamos também essa visão de jornada ao entendimento de que as pessoas vêm de diversos lugares, com objetivos distintos e estão, na maioria das vezes, em momentos diferentes de suas carreiras.

Finalizamos imaginando e especificando, de maneira colaborativa, o futuro ideal da experiência de colaboradores, que possa ser visualizado de forma compartilhada por toda organização e implementado, pouco a pouco.

Quando proporcionamos uma visão compartilhada de futuro e promovemos um alinhamento sobre o que deve ser feito, ajudamos as organizações a implementarem soluções que as ajudam a assumir um papel muito mais amplo e significativo na vida de seus colaboradores.

Se as pessoas realmente passam uma parte tão relevante de suas vidas trabalhando, precisamos garantir que elas se sintam recompensadas e conectadas com o que estão fazendo muito além da remuneração (que também é muito importante, certamente).

6. Utilizar os princípios do Design para promover melhores práticas de trabalho

Principais categorias impactadas: Força de trabalho, Comunidade, Direitos humanos e Gestão

Organizações mais maduras em Design apresentam melhores resultados em seus negócios: elas têm 228% a mais de valorização do que as que não investem em Design, um retorno total para seus acionistas 56% maior e 32% a mais de aumento no faturamento, para citar apenas três exemplos.

No entanto, não são só esses os benefícios que o Design pode trazer para uma organização que o incorpora em suas práticas. O trabalho com Design é pautado em princípios como a centralidade nas pessoas, a colaboração e a experimentação. Esta forma de fazer torna as relações mais harmoniosas e eficazes, o que leva a melhores resultados. Da mesma forma, as divergências são valorizadas e o consenso é encontrado de modo mais rápido e fácil.

Entre os benefícios de adotar o Design como abordagem para resolver problemas, podemos incluir:

  1. Centralidade nas pessoas leva a discussões mais produtivas e com propósito.
    Ao mergulhar na realidade de quem será beneficiado ou impactado por todo e qualquer projeto e trazer a sua visão para as discussões, o foco deixa de ser sobre a qualidade das ideias de quem está trabalhando no projeto (algo muitas vezes subjetivo) e passa a ser sobre as proposições que podem ter maior impacto na realidade das pessoas que queremos beneficiar. De uma luta de egos interminável, passamos a discutir sobre o seu real impacto para a vida das pessoas, o que muda nossa experiência de trabalho.
  2. A colaboração, quando bem executada, chega a resultados melhores e a um consenso de forma mais eficiente.
    A abordagem do Design sabe o poder que há em envolver diversos pontos de vista e conhecimentos diferentes para um trabalho. Por isso, profissionais dessa área buscam há décadas desenvolver sua prática para tornar esse envolvimento o melhor possível. Para alcançar tal objetivo, criam-se espaços e estruturas para que boas sessões de discussão,de cocriação e de tomadas de decisões possam ser realizadas de forma mais confiante e consensual, o que permite às organizações se movimentarem para mudar.
  3. A experimentação leva a mais exploração e a aprendizados menos custosos.
    Visualizar as ideias o mais rápido possível para promover alinhamento entre as pessoas e verificar se o que estamos pensando em fazer tem o potencial imaginado é a base desse pilar. Quando uma organização se habitua a discutir ideias cedo, de forma construtiva e descompromissada, a relação com o erro (e sua própria definição) é ressignificada na cabeça das pessoas e na cultura da companhia. Quando isso acontece, as pessoas se sentem mais livres para explorarem caminhos o que, muitas vezes, catalisa a inovação.

7. Levar a diversidade e inclusão a todos os cantos da organização para extrair o melhor de cada um

Principais categorias impactadas: Força de trabalho, Comunidade, Direitos humanos e Gestão

Finalmente, a sétima maneira pela qual o Design pode contribuir para a implementação de práticas mais sustentáveis é consequência dos dois últimos mas não fica restrito a eles. Acontece que a prática do Design propõe que, para conhecer profundamente as pessoas que serão beneficiadas por uma solução, é mais fácil mapear perfis extremos, baseados em critérios comportamentais, do que cobrir a média. Falar com poucas pessoas e entendê-las profundamente, para que tragam visões bastante diferentes e complementares a respeito de um determinado contexto, é a maneira de nos tornarmos capazes de encontrar boas oportunidades e solucionar problemas. Em relação à diversidade, portanto, torna-se imperativo não apenas abraçá-la, mas priorizá-la e tirar proveito da diversificação de pontos de vista que ela propicia.

Como essa prática está enraizada há muito tempo em designers, é natural que cada vez mais projetos tragam mais sensibilidade para buscar por diversidade e inclusão, da pesquisa inicial às soluções. E, apesar de nem todo projeto iniciar com esse escopo, tem se tornado frequente que todo projeto também carregue consigo esse objetivo – quase como uma restrição ou desejo – por motivação de quem o está conduzindo. E, assim, com esse cuidado, as organizações vão ganhando mais diversidade e são capazes de proporcionar mais inclusão.

Li e aceito a Politica de Privacidade do site.