Com foco na construção de um diálogo com mulheres da área de UX, estabelecendo conexões e falando de autoliderança, nosso studio recebeu um encontro muito especial da Ladies That UX, comunidade de presença global que reúne mulheres que atuam ou pretendem migrar para a área de UX e Tecnologia, com objetivo de fomentar a troca de experiências e de conhecimento entre suas integrantes.
Esse encontro foi organizado pela liderança do capítulo de São Paulo, pelas mãos de Gabriela Bechara Zilig, Tereza Alux e Vania Teofilo, e ao todo, 36 participantes se reuniram para uma celebração tripla:
- O primeiro encontro presencial após três anos de imersão digital depois do período de pandemia;
- Comemoração de quatros anos do capítulo de São Paulo da Ladies (o precursor no Brasil que, hoje, conta com 22 capítulos distribuídos pelo país, e mais de 90 pelo mundo);
- E também, foi um dia de comemoração do mês das mulheres.
Receber o evento foi uma iniciativa do nosso time que, por meio do nosso braço de educação, a Livework Academy, estabeleceu uma parceria com a Ladies That UX, oferecendo bolsas dos nossos cursos para as integrantes do grupo.
Como foi a estrutura do evento
Esse diálogo com mulheres da área de UX contou com um workshop de Personal Branding, ao longo do qual a professora e consultora Vanessa Kym transmitiu conhecimentos sobre construção de imagem.
Partindo de oito elementos fundamentais para a construção do branding pessoal, entre eles autoconhecimento e confiança em suas capacidades, Vanessa, conduziu dinâmicas com as integrantes do encontro, propondo, de modo empático, que cada uma, olhasse para as suas forças e fraquezas e visse oportunidades e ameaças associadas.
Sempre convocando a participação das mulheres do encontro e com base no modelo Business Model You, Vanessa pediu que refletissem e escrevessem as atividades que lhes davam prazer e que poderiam ser um caminho para encontrar o propósito e apoiá-las no desenho de uma visão pessoal de futuro. Foi um momento de reflexão, trocas e apoio mútuo no desenho de um caminho para muitas que buscam se recolocar profissionalmente ou avançar em suas carreiras.
Jornada de Vida e Carreira
Moderado pela Tereza Alux – Design Lead na Arco e parte da equipe da Ladies That UX, foi construído um painel em formato de aquário, convidando à participação das mulheres presentes, abordando temas desde conciliar a maternidade ao trabalho e seus desafios, a trajetória de carreira até as mudanças climáticas e o papel das lideranças femininas.
Neste momento, o bate-papo contou com uma participação rica da própria rede, que colaborou apresentando as suas perspectivas sobre o caminho trilhado por uma mulher designer no Brasil.
Chamado de “Jornada de Vida e Carreira”, o painel construiu pontes a partir do compartilhamento das histórias de vida, com conquistas, vitórias forças e vulnerabilidades de três convidadas especiais: Zi Bastos – Head UX Writer do Bradesco, Milena Kotaki – Product Designer do Mercado Livre e Luciana Shirakawa – Liveworker e Consultora de Inovação Social.
Um pouco mais sobre a Ladies That UX
Global, informal e amigável, a Ladies That UX é uma comunidade que tem por objetivo melhorar e aumentar a participação feminina na área de UX e Tecnologia por meio da representatividade, apoio mútuo, encorajamento e inspiração, sempre através de um diálogo com mulheres da área de UX.
Criada em 2013 no Reino Unido, a iniciativa, hoje, está presente em 90 cidades (onde são estruturadas por capítulos) na Europa, na Ásia, na África e nas Américas.
Cada capítulo conta com dinâmicas e agendas próprias, de acordo com as necessidades de cada região, mas, de forma geral, a atuação se dá por meio de encontros, presenciais e virtuais, e através de produção de conteúdos que contribuem para a reflexão de uma construção identitária feminina – um trabalho árduo e contínuo que busca, a partir do diálogo, condições e oportunidades iguais para talentos equivalentes.
Como tudo começou
Em 2013, Lizzie Dyson e Georgie Bottomley, ambas profissionais de UX, amavam seus empregos, mas sempre havia uma dúvida sobre onde estavam as outras mulheres na indústria. Elas notaram que faltava uma conexão entre essas mulheres, que não se conheciam e não conseguiam romper a barreira do machismo dentro do ambiente de trabalho, mas quando elas começaram a promover os encontros, elas perceberam que haviam muitas mulheres no mercado, mas faltava este espaço de conexão e network, tanto em cargos de nível médio quanto em cargos mais altos no setor. E foi a partir daí que surgiu a Ladies That UX, com o primeiro encontro em agosto de 2013 em Manchester, Reino Unido.
A Ladies tem tudo a ver com dar às mulheres a chance de se encontrarem para apoiar umas às outras, ultrapassar os limites da UX e promover habilidades e talentos femininos na área da tecnologia.
As faculdades de Design, muitas vezes possuem um público majoritariamente feminino, entretanto, ao chegar no mercado de trabalho, há um problema de absorção e retenção destes talentos. A problemática se resume ao percebermos que na verdade, não há falta de mulheres na área da tecnologia, mas sim o fato dessas mulheres não possuírem voz e oportunidades iguais, e assim, grande parte desiste da carreira ou acabam ficando em vagas com senioridade inferior à que possuem como profissionais.
“Apesar das diferenças geográficas, os temas debatidos nos capítulos são muito semelhantes.”
“Apesar das diferenças geográficas, os temas debatidos nos capítulos são muito semelhantes.”
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Vania Teofilo, diretora na América Latina da Ladies That UX, além de UX Strategist, UX Researcher e Service Designer.
“Nesse contexto, assuntos como equidade salarial, jornada dupla (ou tripla) da mulher, autoestima e dificuldade na transição de carreira são alguns dos muitos temas que abordamos com intuito de jogarmos luz ao viés inconsciente do machismo estrutural que permeia as relações – pessoais e profissionais”, complementou, destacando a importância de se criar esse ambiente de confiança para a construção de relações mais saudáveis e equânimes.
A Ladies That UX cria um espaço para mulheres de todos os níveis se envolverem e falarem sobre suas experiências, tanto positivas quanto negativas, obtendo o apoio e a inspiração que procuram.
“Existem tantos lugares que você vai e as pessoas dão palestras e expõem suas ideias, mas o que queríamos oferecer é um ambiente mais descontraído” – onde as pessoas estão mais abertas a compartilhar ideias e não há pressão de se sentir julgada, promovendo um espaço em que a voz de todas sejam ouvidas..
E é isso que essas mulheres encontrarão em todos os grupos Ladies pelo mundo.