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Representatividade de mulheres negras na tecnologia

Com objetivo de capacitar e aumentar a representatividade de mulheres negras interessadas em tecnologia, e instrumentalizá-las para gerar ideias de novas aplicações digitais relevantes, a Elo estruturou, ao longo de 2021, uma série de iniciativas voltada a esse público.

Desafio
A construção de um futuro mais inclusivo

Como já tínhamos uma parceria com a Elo em outros projetos, fomos convidados para planejar e conduzir uma série de workshops com foco na sensibilização e aceleração do empreendedorismo entre essas mulheres.

Sabemos que o mercado de tecnologia tem pouco representatividade quando falamos de mulheres e principalmente quando são mulheres negras, por isso o primeiro passo da nossa equipe foi uma pesquisa exploratória com foco em mulheres negras que estivessem interessadas em tecnologia, com o objetivo de entender seu contexto e identificar informações relevantes para o planejamento e realização do workshop, tal como a disponibilidade e conteúdos que fossem realmente relevantes. A partir dessa imersão, fizemos um mapeamento para recrutamento e seleção dessas participantes, utilizando canais de contato selecionados, como mídias sociais e formulários online.

Ao todo, foram mapeados 32 grupos em mídias sociais, começando pelo mais amplo que são pessoas na tecnologia, em seguida afunilando esses grupos para mulheres na tecnologia, pessoas negras na tecnologia e por fim, mulheres negras na tecnologia. Além desse mapeamento, realizamos convites diretos à potenciais participantes via LinkedIn.

Foram 71 mulheres contactadas, sendo 51 respostas às pesquisas realizadas. No final, formamos um grupo de 26 mulheres negras, de 11 estados brasileiros, que foram contactadas diretamente pelo nosso time.

Mais de 30 grupos em mídias sociais foram acionados
Abordagem
Como selecionar entre tantas mulheres na área de tecnologia?

Foram definidas duas frentes de atuação nesse projeto: TI, que englobava Sistema de Informação, Jogos Digitais e Engenharia da Computação; e Design, que já conhecemos como experiência do usuário, design de interface, design de produto, etc.

Então, foram exploradas as seguintes questões em uma pesquisa qualitativa: De que área são? Qual a sua experiência? Qual o seu conhecimento e interesse nos temas propostos? Que outros temas gostariam de explorar? Qual a sua disponibilidade de participação (horário comercial, à noite, fim de semana, horários pré determinados, etc).

Os critérios que usamos para esta seleção foram:

O desejo em trabalhar com aplicações digitais para que se mantivessem engajadas no treinamento e levassem adiante o projeto.

As com restrições no acesso de equipamentos e internet para potencializar o impacto a quem mais precisa, levando em consideração as necessidades adicionais que esse perfil exigia.

As com mais conhecimento em áreas de TI, pois entendemos que haveria maiores chances delas conseguirem desenvolver aplicações ao final do curso.

E as mulheres com menor conhecimento em design, pois percebemos que haveria um maior espaço para aprendizagem no tema do workshop.

Entretanto, conversando com especialistas de ambas as frentes (TI e Design), nossa equipe optou por seguir com um grupo heterogêneo de ambos os perfis, para manter a diversidade e a pluralidade de vivências e de experiências durante os encontros, ao invés de separar as frentes.

Estatísticas do projeto
O encontro
A estruturação das dinâmicas e dos encontros

As 26 participantes receberam materiais prévios que davam o panorama dos encontros, um guia de ferramentas e sugestões de tarefas preparatórias. Assim, elas já chegaram aquecidas para os quatro encontros, ao longo dos quais puderam resolver um problema hipotético, para conhecer e praticar a abordagem do Design, que a Livework aplica em seus projetos:

A etapa“Entender” foi o momento de, após conhecer o desafio, mergulhar na problemática, entendendo-a com mais profundidade e levantando hipóteses por meio de Desk Research, Matriz CSD, além de entrevistas em profundidade, que resultaram nas criações de Diagramas de Afinidades, de Personas e de Jornadas de Usuários.

A etapa seguinte –  “Imaginar” –foi quando, municiadas pelos aprendizados adquiridos na fase de entendimento, as participantes passaram por um processo de ideação com objetivo de pensarem soluções para o problema proposto.

Além disso,  priorizaram as ideias que passaram, então,  para a fase seguinte, “Projetar”. Ali, finalmente foi chegada a hora de materializar um pouco mais as soluções – a partir do planejamento e da construção de protótipos –e de começar a estruturar um pitch que, posteriormente, foi apresentado a uma banca avaliadora e recebeu feedback de especialistas e de colegas.

Um espaço de diálogo, de escuta e de troca vivências

Quando aceitamos participar desta iniciativa sabíamos que precisávamos construir o workshop em conjunto com as participantes, para não correr o risco de criar uma dinâmica que não contemplasse suas visões de mundo e suas referências.

Na prática, este cuidado foi refletido em ações simples – porém fundamentais – como a escalação de uma equipe em consonância com a representatividade que o projeto exigia, escolha de imagens e músicas produzidas por mulheres negras e/ou que dialogavam com elas e diversidade nos ícones de forma a contemplar a pluralidade desta comunidade.

Ao longo do projeto, entendemos que não bastava considerar um tempo para aprendizagem técnica e teórica, mas que era necessário considerar momentos de troca e de diálogo nas dinâmicas de cada encontro que atravessassem questões profissionais e pessoais.

Outro destaque nesse sentido foram as interações fora do ambiente dos encontros e as rodas de conversa durante as sessões, pois as conexões proporcionadas por essa capacitação se relacionam diretamente a um sintoma tão verdadeiro quanto pesaroso enfrentado pelas participantes: a solidão da mulher negra também nas questões profissionais.

Por fim, tivemos uma rodada de feedbacks onde as participantes listaram os principais benefícios percebidos pela iniciativa:

Possibilitar o encontro
Fomentar a troca de experiências
Semear um senso de comunidade
Contribuir para o desenvolvimento das mulheres negras e estimular seu protagonismo

A transformação começa agora

Ao sermos convidados pela Elo para participar desta iniciativa, ficamos animados com a possibilidade de promover uma ação prática que, realmente, pudesse gerar um impacto significativo às pessoas e ao mundo, muito conectado ao nosso pilar para a construção de futuros sustentáveis.

Durante todo o projeto, nossa equipe se colocou em uma posição de escuta, conscientes da importância de promover um espaço que permitisse que as participantes se apropriassem de seu protagonismo. Assim, nos permitimos aprender, desenvolver e transformar com elas ao longo do processo.

Possibilitar o encontro, fomentar a troca de experiências, semear um senso de comunidade, contribuir para o desenvolvimento dessas mulheres e estimular o protagonismo foram alguns dos benefícios percebidos pelas participantes e ajudaram as equipes tanto da Elo quanto da Livework a corroborarem a importância – e a satisfação – de projetar um futuro mais equânime e inclusivo a partir de ações práticas hoje.

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